Carioca, nascido em 1949 no bairro de São Cristóvão, casado com a médica Maria de Fátima Pinheiro, dois filhos e dois netos, o médico-pediatra Paulo Pinheiro formou-se após cursar seis anos na Faculdade de Ciências Médicas da UEG (atual UERJ). Concluiu a pós-graduação em Pediatria da PUC na Policlínica de Botafogo, com o Professor Álvaro Aguiar, e tem os títulos de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e de Administração Hospitalar pela UERJ. (Continua)

12 de mai. de 2008

Destaque no Site da ENSP

Núcleos de Apoio à Saúde da Família darão suporte a equipes do PSF

“Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) não serão uma porta de entrada para o sistema de saúde”, afirmou Nulvio Lermen Junior, coordenador de gestão da atenção básica do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde (DAB/SAS/MS) na palestra ‘Nasf e teias: quais os desafios na gestão do cuidado?’. Nulvio falou sobre formação, estrutura, responsabilidades e objetivos dos Núcleos que serão estabelecidos em todo o país para dar suporte a profissionais das equipes de saúde da família.

A pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde (Daps/ENSP/Fiocruz) Lígia Giovanella coordenou a mesa e Paulo Pinheiro, da Escola de Governo em Saúde da ENSP, o debatedor convidado. Lígia Giovanella abriu a mesa explicando as concepções abrangentes da atenção primária, que compreendem questões teóricas, ideológicas e práticas. “A discussão sobre os desafios da gestão do cuidado nos remete à problemática da integração da rede assistencial. Os dois principais desafios hoje são: a integração da atenção primária da rede assistencial e a articulação intersetorial, estando a integração como condição para a garantia de atenção integral e a intersetorialidade como condição para o enfrentamento dos determinantes sociais”, analisou Lígia.

“Ampliar a abrangência e o foco da atenção básica na busca pela melhoria da resolubilidade, integralidade e planejamento de ações das equipes de saúde da família. O objetivo principal é apoiar a inserção da estratégia de saúde da família na rede de serviços e no processo de territorialização e regionalização, a partir da atenção básica”, afirmou Nulvio Lermen. Os Nasf, criados no início de 2008, vão trabalhar focados em áreas estratégicas. Dentre elas, estão: alimentação e nutrição, serviço social, saúde mental da criança, da mulher e do idoso. Além de médicos e enfermeiros, cada núcleo trabalhará com profissionais de diferentes áreas de conhecimento, como professores de educação física, fisioterapeuta, médico homeopata, psiquiatra, terapeuta ocupacional e outros.

De acordo com Nulvio, já é grande o interesse dos estados pela implantação dos Núcleos. “Ao todo, 174 Nasf já foram credenciados até o mês de abril, e pretendemos chegar a 300 Nasf até o final de 2008. Nossa expectativa é que, em 2011, 1.500 Núcleos sejam implementados em todo o país”, detalhou Lermen. Para todos os participantes da mesa é unânime a necessidade de organizar os municípios, a fim de que eles possam atuar de forma articulada. “Se o Nasf vai funcionar? Só saberemos isso quando eles começarem a ser implantados”, admitiu o palestrante.

“As teias - Redes de Atenção à Saúde lideradas pela Atenção Primária em Saúde – são as principais responsáveis pela articulação dos projetos e ações existentes. Elas visam, entre outras ações, a valorização política e social da atenção primária, a gestão descentralizada, a formação e educação permanente dos profissionais de saúde”, apontou o palestrante. Nulvio afirmou ainda que, para alcançar os objetivos de ampliação da atenção básica no país, é preciso fortalecer o papel de porta de entrada na atenção primária. Com essa finalidade, as redes de serviços de saúde devem elaborar ações de acordo com as necessidades particulares de cada população.

Para o debatedor da mesa, Paulo Pinheiro, o grande desafio é fazer com que os belos projetos se realizem na prática. “Não adianta apenas criarmos novos serviços; é preciso articular os serviços já existentes no governo”, afirmou. Segundo Pinheiro, a estrutura do SUS propicia a pactuação das ações. “O que precisamos fazer é unir forças e pensar em um modo de encaixar as teias dentro das políticas já existentes, para que os bons projetos não sejam usados de forma errônea. Além disso, temos que lutar para que as autoridades cumpram o que foi proposto”.

Link para a matéria no site ENSP, com mais fotos do evento e áudio das palestras aqui

Nenhum comentário: